Protegendo Dados Pessoais: Desafios Legais e Tecnológicos Contra Crimes Cibernéticos
Índice (Tabela de Conteúdo)
- DPOday 2025 e a Importância do Diálogo entre Especialistas
- A Vulnerabilidade Humana no Centro dos Crimes Digitais
- O Papel da Legislação na Proteção de Dados
- Ferramentas Tecnológicas como Aliadas da Segurança
- O Impacto da Pandemia no Aumento dos Crimes Digitais
- Prevenção e Repressão: Ações Combinadas
- Conclusão
DPOday 2025 e a Importância do Diálogo entre Especialistas
Durante o DPOday 2025, maior evento de proteção de dados do país, o painel “Desafios da Privacidade sob a Ótica de Diversos DPOs” trouxe reflexões valiosas sobre a atuação desses profissionais frente à complexidade dos dados e da legislação brasileira. O evento reuniu especialistas da área jurídica, técnica e investigativa, contribuindo para uma visão integrada da segurança da informação.
Para quem deseja se aprofundar, o painel completo e toda a programação do DPOday 2025 estão disponíveis em nosso canal do YouTube @DPOnetbr.
A Vulnerabilidade Humana no Centro dos Crimes Digitais
Redes Wi-Fi falsas e o perigo da conexão automática
A engenharia social segue sendo uma das maiores portas de entrada para golpes digitais. O uso de redes Wi-Fi falsas, criadas para capturar dados de usuários desatentos, é um exemplo prático de como o comportamento humano pode comprometer a segurança.
Em testes demonstrativos, foram suficientes poucos minutos para que várias pessoas se conectassem a uma rede aberta e maliciosa, mesmo em ambientes frequentados por profissionais de tecnologia. Essa falta de cuidado demonstra como a prevenção começa por pequenas mudanças de hábito.
Golpes comuns explorando fragilidades emocionais
Golpistas se aproveitam de emoções humanas para induzir ao erro. Entre os exemplos mais frequentes estão:
- Centrais de banco falsas, com ligações que simulam atendimentos reais;
- Escritórios de advocacia fictícios, que usam processos inexistentes como isca;
- Campanhas falsas de arrecadação, apelando para empatia e urgência.
Esses crimes são amplamente disseminados por mensagens, redes sociais e chamadas telefônicas.
O Papel da Legislação na Proteção de Dados
LGPD e Marco Civil da Internet
A legislação brasileira avançou significativamente nos últimos anos com a criação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e do Marco Civil da Internet. Ambas definem obrigações claras para o tratamento de dados pessoais e garantem direitos aos titulares.
“A lei por si só não transforma comportamentos. Ela é uma diretriz, um alerta. A verdadeira mudança vem com educação e fiscalização eficaz.” — Carlos Afonso Gonçalves da Silva, delegado da Divisão de Crimes Cibernéticos do DEIC-SP
Apesar dos avanços legais, ainda existem desafios na aplicação prática dessas normas. A legislação é só um dos pilares de uma estrutura mais ampla que precisa ser reforçada com tecnologia e conscientização.
Ferramentas Tecnológicas como Aliadas da Segurança
Soluções básicas e avançadas de proteção
A tecnologia é uma aliada essencial no combate aos crimes cibernéticos. No entanto, muitas organizações ainda utilizam ferramentas gratuitas e limitadas, que não oferecem proteção adequada.
Entre as principais soluções estão:
- Firewalls e antivírus corporativos;
- Criptografia de dados sensíveis;
- Pentests (testes de invasão) para identificar vulnerabilidades;
- Planos de resposta a incidentes para ação rápida em casos de violação.
Inteligência Artificial e investigação digital
A IA tem se mostrado uma ferramenta promissora no cruzamento de dados e identificação de padrões criminosos. Em investigações digitais, possibilita localizar dispositivos e dados em nuvem mesmo sem acesso direto aos equipamentos.
O Impacto da Pandemia no Aumento dos Crimes Digitais
A aceleração digital e os novos riscos
Com a pandemia, o uso da internet se intensificou. Transações bancárias, compras online e aplicativos de serviços passaram a fazer parte do cotidiano. Essa mudança abriu espaço para novos tipos de fraudes e exigiu adaptação imediata das forças policiais.
Somente no estado de São Paulo, 65% dos boletins de ocorrência passaram a ser feitos pela internet. Isso facilitou o acesso aos serviços policiais, mas também exigiu maior preparação técnica para lidar com o aumento da demanda.
Prevenção e Repressão: Ações Combinadas
Orientação como base da segurança
A prevenção pode ser dividida em três regras simples:
- Não atender números desconhecidos;
- Não responder mensagens suspeitas;
- Não clicar em links não verificados.
Essas ações, apesar de simples, evitam boa parte dos golpes mais comuns na internet. Além disso, campanhas educativas e materiais acessíveis devem ser distribuídos principalmente para os mais idosos, público mais vulnerável aos crimes.
Atuação policial e resultados práticos
A Divisão de Crimes Cibernéticos do DEIC-SP conta com quatro delegacias especializadas e laboratórios técnicos. Entre 2021 e 2024, foram realizadas mais de 500 operações, com mais de mil indiciamentos.
As investigações envolvem:
- Fraudes bancárias e de e-commerce;
- Invasões a sistemas e redes;
- Lavagem de dinheiro e ocultamento de ativos;
- Coleta de provas em dispositivos e em nuvem.
Conclusão
A proteção de dados pessoais é um desafio que exige a atuação conjunta de indivíduos, empresas e autoridades. Embora a legislação brasileira esteja alinhada com boas práticas internacionais, a aplicação efetiva ainda depende de mudança cultural, investimento em tecnologia e educação cidadã.
Com o fortalecimento da fiscalização, uso de ferramentas avançadas e conscientização dos riscos, é possível construir um ambiente digital mais seguro e confiável para todos. O papel de cada um na prevenção e no combate aos crimes cibernéticos é fundamental.
Para aprofundar essas reflexões, acesse o painel completo e outros conteúdos do DPOday 2025 no canal do YouTube @DPOnetbr.
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